quinta-feira, 19 de julho de 2018


Por vezes perde-se espaço no silencio imposto pelo óbvio, é nessas horas que o ser coabita com a futilidade dos factos e a memória é somente; um baralho de cartas que as evidencias derrubam!


sábado, 4 de julho de 2015

Por vezes estou tão cansada, não é o corpo, porque, do cansaço do corpo dou conta com uma boa noite de sono. Tenho a alma cansada!
Nessas alturas apetecia-me correr campo fora, de encontro ao vento, pegar num punhado de terra e lambuzar a alma, mas... tinha que ser num dia de outono: num daqueles dias em que a chuva miudinha fustiga o coração com a suavidade de uma lágrima fugidia.
E dou por mim a pensar: a minha doidice tem calos nas mãos e o coração suspira pela planície, por isso mesmo:
Não me encaixo num tempo de encaixes passageiros!

terça-feira, 16 de junho de 2015

Deve-se ao sonho o avanço da civilização: Então, serão os sonhadores construtores incompreendidos, ou serão somente uma bola de sabão inconformada e que assim levita além da conta, transpondo o limiar do impossível.

domingo, 14 de junho de 2015

Tende o livre pensamento a afastar as pessoas! Não deveria ser o inverso: a liberdade de pensamento convergir no aproximar das pessoas. Sinais dos tempos onde a superficialidade ganha pontos ao aprofundar. Então porque se cobra o que não se dá.

De Antónia Ruivo: numa tarde chata.

sábado, 13 de junho de 2015

O amor é o como um dia de Primavera, calmo e tranquilo, e não deve ser confundido com desejo de posse no despertar de todas as ventanias da alma. Em tranquilidade, o amor não cobra, já na exaltação: torna-se cativo de todas as cobranças e isso  é quando muito subserviência aos desejos.



De Antónia Ruivo: numa tarde com chuva.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Gosto de ficar comigo, a sós, e até no meio de uma multidão consigo sempre o amparo do silencio, o meu silêncio. Equiparado ao voo de uma qualquer ave, e assim plano sobre todos os tumultos. Talvez por isso as palavras quando emergem tomem proporções abismais, e numa andança contínua transformam-me em marioneta, sob uma folha de papel. Aí questiono as frases inacabadas:
Serão os poetas simples marionetas, ou serão andarilhos sem eira nem beira, inventores de sonhos de um qualquer castelo em ruínas?
Um dia quem sabe chegará no vento um cavaleiro andante e  traga na crina de um alazão as respostas: nesse dia deixarei de inventar palavras e nunca mais precisarei de estar só.