quinta-feira, 11 de junho de 2015

Gosto de ficar comigo, a sós, e até no meio de uma multidão consigo sempre o amparo do silencio, o meu silêncio. Equiparado ao voo de uma qualquer ave, e assim plano sobre todos os tumultos. Talvez por isso as palavras quando emergem tomem proporções abismais, e numa andança contínua transformam-me em marioneta, sob uma folha de papel. Aí questiono as frases inacabadas:
Serão os poetas simples marionetas, ou serão andarilhos sem eira nem beira, inventores de sonhos de um qualquer castelo em ruínas?
Um dia quem sabe chegará no vento um cavaleiro andante e  traga na crina de um alazão as respostas: nesse dia deixarei de inventar palavras e nunca mais precisarei de estar só.



De Antónia Ruivo:numa noite em que o silencio não diz coisa com coisa.

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