terça-feira, 16 de junho de 2015
sábado, 13 de junho de 2015
O amor é o como um dia de Primavera, calmo e tranquilo, e não deve ser confundido com desejo de posse no
despertar de todas as ventanias da alma. Em tranquilidade, o amor não cobra, já na exaltação: torna-se cativo de todas as cobranças e isso é quando muito subserviência aos desejos.
De Antónia Ruivo: numa tarde com chuva.
quinta-feira, 11 de junho de 2015
Gosto de ficar comigo, a sós, e até no meio de uma multidão consigo sempre o amparo do silencio, o meu silêncio. Equiparado ao voo de uma qualquer ave, e assim plano sobre todos os tumultos. Talvez por isso as palavras quando emergem tomem proporções abismais, e numa andança contínua transformam-me em marioneta, sob uma folha de papel. Aí questiono as frases inacabadas:
Serão os poetas simples marionetas, ou serão andarilhos sem eira nem beira, inventores de sonhos de um qualquer castelo em ruínas?
Um dia quem sabe chegará no vento um cavaleiro andante e traga na crina de um alazão as respostas: nesse dia deixarei de inventar palavras e nunca mais precisarei de estar só.
Serão os poetas simples marionetas, ou serão andarilhos sem eira nem beira, inventores de sonhos de um qualquer castelo em ruínas?
Um dia quem sabe chegará no vento um cavaleiro andante e traga na crina de um alazão as respostas: nesse dia deixarei de inventar palavras e nunca mais precisarei de estar só.
domingo, 7 de junho de 2015
São todas as palavras clarabóia,
as teias de aranha dependem de quem as ouve. Não me julguem pelo que escrevo,
sou um átomo num mar de sargaços onde as palavras tomam asas de Liberdade, cada
um retira para si a dose exacta da sua necessidade. Enquanto, eu brinco com bolas de sabão: ou não fosse poeta caído no chão
e de uma loucura muito minha.
Se o amor fosse para ser
suprimido, porquê a capacidade de amar?
Ou na cabeça de alguns amar
só tem significado a reboque de proveitos. Ama uma criança com a simplicidade e
a beleza da ingenuidade. Então: porque com o passar dos anos teimamos em soterrar a
criança dentro de nós, se no final só as boas ou más recordações viajam a nosso
lado pela eternidade.
Já repararam como tudo parece
perder o sentido quando o amor é soterrado no baú do impossível?
Da vida quero levar a certeza
de ter tentado: tentado ser feliz, o ter experimentado ir mais além, mesmo que
as pedras na ladeira ao desmoronar me tenham caído em cima. Não dormiria tranquila
sabendo ter enfiado a cabeça na areia. Deus não me ofertou a vida para morrer
de braços cruzados perante o que afirmam ser impossível, impossíveis estão no
cruzar de braços perante as evidencias, a felicidade não está no que se tem e sim
no que se é, e em tudo o que o coração reconhece como seu. Tudo o resto é palha
que arderá na hora de descer à terra para regozijo de alguns.
Se a solidão é um muro fora
de uso, serei o tijolo desse muro e em todas as frinchas procriarei em
liberdade. A liberdade do silêncio que me traz amiúde a imagem do impossível.
Como impossíveis são grades da mente não lamento nunca por estar sozinha. Lamento
todos os sonhos por viver acorrentados à materialidade das coisas, lamento até
o medo de envelhecer. Teriam os dias a mesma beleza se a noite não existisse?
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